A fascinante história do Natal, cujo nome é originário do latim “Natalis”, que significa “nascimento”, é uma celebração cristã que marca o nascimento de Jesus Cristo. Interessantemente, a escolha do dia 25 de dezembro para esta celebração, estabelecida pela Igreja no século IV a partir de Roma, não se baseia nas escrituras sagradas do Cristianismo, mas tem suas raízes em práticas e festivais pagãos.
O período do solstício de inverno, geralmente ocorrendo em torno de 21 a 22 de dezembro no hemisfério norte, era visto em muitas culturas antigas como um tempo de renovação e esperança.
Festivais como o romano Saturnália e o “Natalis Solis Invicti” celebravam a volta da luz e o renascimento da natureza. Esses festivais eram caracterizados por generosidade e alegria, onde a troca de presentes e a suspensão temporária das normas sociais promoviam um espírito de liberdade e celebração, prenunciando muitas das tradições que hoje associamos ao Natal.
Através desta viagem pela história, buscamos não apenas entender as origens do Natal, mas também apreciar a riqueza e a diversidade das tradições que se entrelaçam para formar esta celebração universal.
📅 Por que 25 de Dezembro?
O dia 25 de dezembro foi escolhido para coincidir com festivais pagãos do solstício de inverno, como uma estratégia da Igreja Cristã para facilitar a conversão dos pagãos ao cristianismo, adotando e adaptando suas festas e tradições.
🌍 Propagação do Natal pelo Mundo
A celebração do Natal se espalhou inicialmente dentro do vasto Império Romano, impulsionada pela conversão do imperador Constantino ao cristianismo no século IV e pela subsequente adoção do cristianismo como religião oficial do império.
Com a expansão do Cristianismo para a Europa e outras partes do mundo, o Natal absorveu e se mesclou com tradições locais, muitas delas de origens pagãs, como na Europa do Norte onde elementos de festas pagãs do solstício de inverno foram incorporados.
🎅🏻 Lista Cronológica dos Elementos Natalinos Mais Populares e Suas Origens
- Celebração do Nascimento de Jesus (Século IV): Inicialmente, a celebração cristã do nascimento de Jesus não tinha uma data fixa. No século IV, a Igreja em Roma escolheu o dia 25 de dezembro, coincidindo com festivais pagãos.
- Missas de Natal (Século IV): A missa de Natal, um serviço religioso para comemorar o nascimento de Jesus, começou a ser realizada após a oficialização do dia 25 de dezembro como data de sua celebração.
- Árvore de Natal (Século XVI, Alemanha): A primeira árvore de Natal decorada é creditada aos alemães no século XVI, mas há registros de que os celtas e os vikings já usavam árvores verdes como símbolos de vida e fertilidade muito antes. A tradição foi popularizada pela Rainha Vitória e o Príncipe Albert no Reino Unido no século XIX.
- Presépios (Século XIII, Itália): São Francisco de Assis é creditado por criar o primeiro presépio vivo em 1223 na Itália, para ensinar a história do nascimento de Jesus. A tradição se espalhou rapidamente pela Europa.
- Canções de Natal: As canções de Natal, inicialmente chamadas de “cantos natalinos”, surgiram na Europa medieval, mas não se sabe ao certo em que século.
- Papai Noel (Século IV, Turquia; Século XIX, EUA): O Papai Noel é baseado em São Nicolau, bispo do século IV na Turquia, conhecido por sua generosidade e por presentear crianças pobres. A figura moderna do Papai Noel foi desenvolvida nos EUA no século XIX. Outros fatores que influenciaram foram a imigração de holandeses, que chamavam São Nicolau de Sinterklaas, e a publicação do poema “Uma visita de São Nicolau”, de Clement Clarke Moore, em 1823.
- Troca de Presentes: A troca de presentes no Natal está relacionada com os presentes que os reis magos levaram para Jesus, e também com as oferendas que os romanos faziam aos deuses durante o festival de Saturnália. A prática se tornou uma tradição popular em diferentes épocas e lugares, mas não apenas na era vitoriana.
- Cartões de Natal (1843, Reino Unido): Os primeiros cartões de Natal foram criados por Sir Henry Cole em Londres em 1843, como uma maneira de simplificar o envio de saudações natalinas.
- Luzes de Natal (Século XIX, EUA): As luzes de Natal começaram como velas anexadas às árvores de Natal. A primeira árvore de Natal iluminada por lâmpadas elétricas foi criada por Edward Johnson, um associado de Thomas Edison, em 1882.
- Guirlandas (Antiguidade, Europa): As guirlandas, feitas originalmente de ramos e folhas verdes, têm raízes em antigas tradições europeias e foram adaptadas para o Natal, simbolizando a eternidade e a renovação.
- Meias de Natal: A tradição de pendurar meias para receber presentes de Papai Noel tem origens folclóricas, mas não se sabe ao certo onde ou quando começou. Uma das lendas mais famosas é a de que São Nicolau jogou moedas de ouro pela chaminé de um homem pobre, que caíram nas meias de suas filhas que estavam secando na lareira. A tradição foi popularizada nos EUA no século XIX, mas também em outros países.
Esta lista mostra como o Natal, uma festividade com raízes profundas na tradição cristã, absorveu e adaptou uma variedade de costumes e tradições ao longo dos séculos, transformando-se em uma celebração rica e diversificada.
Conclusão
O Natal, com suas raízes na celebração do nascimento de Jesus Cristo, é um exemplo extraordinário do entrelaçamento de tradições religiosas e culturais ao longo do tempo. A escolha de 25 de dezembro reflete tanto a influência do cristianismo quanto a absorção de festivais pagãos antigos, ilustrando a habilidade das culturas de adaptar e reinterpretar significados e tradições. A evolução do Natal, especialmente a popularização da troca de presentes, revela as dinâmicas culturais em constante mudança, moldando uma celebração global com múltiplas faces e significados.
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