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Anjo da Guarda: Uma Jornada Espiritual por Diferentes Tradições

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Anjo da Guarda: crenças e práticas em diferentes tradições religiosas

O conceito do Anjo da Guarda é encontrado em diversas religiões e tradições espirituais ao redor do mundo. Trata-se de um ser protetor, que acompanha e orienta cada indivíduo em sua jornada terrena e além.

A conexão com esse ser pode trazer benefícios para a vida material e espiritual, como paz, segurança, sabedoria e amor. 

Neste artigo, vamos explorar como o Anjo da Guarda é compreendido e vivenciado em diferentes tradições religiosas, como o Cristianismo, o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduísmo, o Budismo e o Espiritismo. Também vamos apresentar algumas práticas para estabelecer uma comunicação com o Anjo da Guarda ou Mentor.

Anjo da Guarda com base na Bíblia 

No Cristianismo, o Anjo da Guarda é um anjo designado por Deus para proteger e guiar cada pessoa desde o momento de sua concepção até a morte. O Anjo da Guarda tem um papel importante na vida de um indivíduo, pois intercede por ele diante de Deus, ilumina sua consciência, inspira seus pensamentos e ações, livra-o dos perigos e tentações, conforta-o nas aflições e conduz-o à salvação eterna. 

Há vários exemplos bíblicos e referências teológicas que atestam a existência e a função dos Anjos da Guarda. Por exemplo, no Antigo Testamento, Deus promete enviar um anjo para guardar o povo de Israel em sua jornada pelo deserto (Êxodo 23:20-23). No Novo Testamento, Jesus afirma que os anjos das crianças contemplam continuamente a face de Deus no céu (Mateus 18:10). A Igreja Católica celebra a festa dos Anjos da Guarda no dia 2 de outubro.

Anjo da Guarda no Islamismo, com base no Alcorão

No Islamismo, o conceito de Anjo da Guarda é semelhante ao da tradição cristã, mas com algumas diferenças. Os muçulmanos acreditam que cada pessoa tem dois anjos chamados “Qareen”, que são companheiros espirituais que registram todas as suas ações, boas ou más. Um Qareen fica à direita e outro à esquerda do indivíduo. O Qareen da direita escreve as boas ações, enquanto o Qareen da esquerda escreve as más ações. 

No Dia do Juízo Final, esses registros serão apresentados a Deus para determinar o destino eterno de cada pessoa. Além dos Qareen, os muçulmanos também creem em outros anjos que têm funções específicas, como Gabriel (Jibril), que é o mensageiro de Deus; Miguel (Mikail), que é o provedor da chuva e do sustento; Israfil, que é o responsável por tocar a trombeta no fim dos tempos; Azrael (Izrail), que é o anjo da morte; e os anjos que guardam o Paraíso e o Inferno.

Anjo da Guarda no Judaísmo, com base na Bíblia Hebraica

No Judaísmo, a crença nos anjos é baseada nas Escrituras Hebraicas e na literatura rabínica. Os anjos são chamados de “Malachim”, que significa mensageiros ou emissários de Deus. Eles são criaturas espirituais que servem a Deus e executam sua vontade no mundo. Eles também podem interceder pelos seres humanos e transmitir-lhes mensagens divinas. No entanto, os judeus não atribuem nomes ou personalidades aos anjos, pois isso seria uma forma de idolatria. 

Alguns judeus acreditam que cada pessoa tem um Anjo da Guarda, que é chamado de “Maggid” ou “Shomer”. Esse anjo protege a pessoa dos males e dos inimigos, ensina-lhe a Torá e a sabedoria, e a ajuda a cumprir os mandamentos de Deus. Outros judeus, porém, negam a existência de um Anjo da Guarda individual, e afirmam que Deus é o único protetor e guia de cada pessoa.

Anjo da Guarda em Tradições Orientais (por exemplo, Hinduísmo e Budismo)

Embora não haja um conceito exato de Anjo da Guarda nessas tradições, há seres ou divindades que desempenham um papel semelhante.

No Hinduísmo, por exemplo, há os “Devas”, que são seres luminosos que habitam os planos superiores da existência. Eles são responsáveis por manter a ordem cósmica e natural, e podem conceder bênçãos e favores aos devotos que os invocam. Alguns Devas são considerados guardiões de certas direções, elementos, planetas ou aspectos da vida. Por exemplo, Indra é o rei dos Devas e o senhor do céu e do trovão; Agni é o deus do fogo e do sacrifício; Varuna é o deus das águas e da lei; Ganesha é o deus da sabedoria e dos obstáculos; Lakshmi é a deusa da prosperidade e da beleza; Shiva é o deus da destruição e da transformação; Vishnu é o deus da preservação e da bondade; Brahma é o deus da criação e do conhecimento.

No Budismo, há os “Bodhisattvas”, são seres iluminados que escolhem adiar seu próprio Nirvana (libertação final) para ajudar os seres sencientes a alcançar a iluminação. Eles são considerados como guias e protetores espirituais para os praticantes.

Anjo da Guarda como Mentor na Tradição Espírita, de acordo com a literatura de Allan Kardec

Na tradição espírita, o conceito de Anjo da Guarda é substituído pelo conceito de Mentor. O Mentor é um espírito desencarnado que tem uma afinidade moral e intelectual com o espírito encarnado (ou seja, a pessoa). 

O Mentor tem como missão acompanhar, orientar, inspirar e auxiliar o espírito encarnado em seu processo de evolução espiritual. O Mentor não impõe sua vontade nem interfere no livre-arbítrio do espírito encarnado, mas apenas sugere o melhor caminho a seguir. 

O Mentor também pode se comunicar com o espírito encarnado por meio de sonhos, intuições e pensamentos. Há vários exemplos de experiências e relatos de interação com o Mentor na literatura espírita. Por exemplo, Allan Kardec, o codificador do espiritismo, teve como Mentor o espírito de Zéfiro, um sábio druida que viveu na Gália. Chico Xavier, o maior médium brasileiro, teve como Mentor o espírito de Emmanuel, um senador romano que viveu no século I.

Práticas para Conectar-se com o Anjo da Guarda ou Mentor

Existem diversas práticas para estabelecer uma conexão com o Anjo da Guarda ou Mentor em diferentes tradições religiosas. 

Essas práticas podem ser adaptadas às crenças e às preferências individuais.

Algumas delas são:

Meditação e contemplação como métodos de comunicação

A meditação é uma prática que visa acalmar a mente, concentrar a atenção e entrar em contato com a dimensão espiritual. A contemplação é uma forma de meditação que consiste em dirigir o pensamento e o sentimento para o Anjo da Guarda ou Mentor, buscando sintonizar-se com sua presença e receber sua orientação. Há diversas técnicas de meditação e contemplação que podem ser utilizadas, como a respiração consciente, a visualização, a repetição de mantras, a leitura de textos sagrados ou inspiradores, a música, a arte, etc.

Orações e rituais específicos em diferentes tradições religiosas. 

A oração é uma forma de comunicação verbal ou mental com o Anjo da Guarda ou Mentor, expressando gratidão, louvor, pedido, confissão ou intercessão. O ritual é uma forma de comunicação simbólica ou gestual com o Anjo da Guarda ou Mentor, utilizando objetos, cores, números, datas, horários ou lugares que tenham um significado especial. Há diversas orações e rituais que podem ser realizados em diferentes tradições religiosas, como a oração do Anjo da Guarda no Cristianismo, a invocação dos nomes de Deus no Islamismo, a bênção dos anjos no Judaísmo, a oferenda aos Devas no Hinduísmo e a conexão com os “Bodhisattvas” no Budismo, a prece aos Mentores no Espiritismo, etc.

Desenvolvimento da intuição e sensibilidade espiritual. 

A intuição é uma forma de percepção direta e imediata da realidade espiritual, sem o uso da razão ou dos sentidos físicos. A sensibilidade espiritual é uma forma de receptividade e abertura para as manifestações do Anjo da Guarda ou Mentor, como sinais, sincronicidades, coincidências ou sonhos. Para desenvolver a intuição e a sensibilidade espiritual, é preciso cultivar uma atitude de confiança, humildade, simplicidade e amor pelo Anjo da Guarda ou Mentor, bem como estar atento aos seus chamados e orientações.

Conclusão

Neste artigo, vimos como o Anjo da Guarda é compreendido e vivenciado em diferentes tradições religiosas, como o Cristianismo, o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduísmo, o Budismo e o Espiritismo. Vimos também algumas práticas para estabelecer uma conexão com o Anjo da Guarda ou Mentor.

Concluímos que a conexão com o Anjo da Guarda ou Mentor é uma fonte de orientação e proteção espiritual em diversas tradições religiosas, e que pode trazer benefícios para a vida material e espiritual de cada pessoa.

Fontes e Referências: 

•  Bíblia Sagrada

•  Alcorão Sagrado

•  O Livro dos Espíritos

•  O Livro dos Médiuns

•  O Evangelho Segundo o Espiritismo

•  A Gênese

•  O Céu e o Inferno

•  Anjos: Quem São, O Que Fazem e Por Que Importam, de Jack Graham

•  Anjos e Demônios: A Luta pelas Almas dos Homens, de Benny Hinn

•  Anjos: Os Mensageiros de Deus, de Billy Graham

•  Anjos e Seus Mistérios, de Lauro Trevisan

•  Anjos Cabalísticos, de Monica Buonfiglio

•  Anjos da Guarda na Visão Espírita, de Richard Simonetti

•  Mentores Espirituais: Quem São e Como Atuam, de Therezinha Oliveira

Patrícia Silveira

Pesquisadora, produtora de conteúdo digital e ativista da qualidade de vida para longevidade. Graduada em Administração e Pós-graduada em Gestão da Transformação Digital pela Universidade de São Paulo.

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